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terça-feira, 24 de outubro de 2017

RUSSIA/2017 - CONGRESSO INTERNACIONAL DE NEUROPSICOLOGIA E EDUCAÇÃO

Experiência de Habilitação Neuropsicológica em sala de aula, trabalho apresentado no CONGRESSO INTERNACIONAL DE NEUROPSICOLOGIA E EDUCAÇÃO - RUSSIA/2017 



O Brincar e a Mediação como componentes para o desenvolvimento potencial da aprendizagem na educação básica.

Doriscélia Gomes Leite Vaz

Neuropsicóloga e Professora de Educação Básica



Nos dias de hoje, muitos educadores conduzem seu trabalho baseado na exposição precoce da aprendizagem planejada de habilidades motoras, na intenção de aperfeiçoar a prontidão e o potencial intelectual das crianças. Segundo Glozman (2014) o estudo de uma criança deve ser dinâmico, pois existem variáveis que podem comprometer seu desenvolvimento.  Para Camacho e Vigo (2015), o jogo pode ser entendido com um componente privilegiado da educação básica. Nesta perspectiva e de acordo com a teoria histórico-social, cujo foco esta na aquisição de conhecimentos por meio da linguagem e da interação do sujeito com o meio, o educador  pode mediar a criança em sua aprendizagem o que envolve  intervenção e resolução autônoma, observando também o momento do processo natural de desenvolvimento da criança.(Glozman, 2014). Este projeto  fomenta a criação de estratégias que oportunizem a internalização de conhecimentos (Mattos e Neira 1999), baseada na relação entre desenvolvimento e aprendizagem utilizando o movimento de forma planejada através de jogos, música  e brincadeiras, possibilitando a exploração, descoberta e criação, além de diversão e construção de laços afetivos. Sommerhalder e Alves (2011) afirmam que a criança não nasce sabendo brincar, mas que precisa aprender por interações entre adultos e crianças e, através do brincar descobre objetos, brinquedos e possibilidades.



Acredito que todas as  crianças tem potencialidades e habilidades. Winnicott (1975) afirma ainda que  a construção de  vários ambientes podem favorecer ambientes facilitadores de relações, valoriza as várias aprendizagens e amplia o repertório infantil. Compreendo a escola como um espaço de experiências múltiplas,  caracterizada num processo necessariamente dinâmico e contínuo, em que não exista a fragmentação dos conhecimentos , contemplando a aprendizagem infantil de forma integral, garantindo a criança vivenciar  situações agradáveis e desagradáveis. Piccolo e Moreira (2012)  afirmam ainda que se o professor identificar os potenciais que a criança traz na expressão do brincar, conseguirá traçar um meio mais fácil para ela aprender, e é por este caminho que deve ensinar.
Na interação do brincar , a criança constrói uma relação de pesquisador, aprimora sua percepção e estabelece comparativos com seu cotidiano, respeitando os modos de viver suas infâncias, neste, auxiliamos para a construção de bases solidas para a vida futura (SME DOT 2015).